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Uma História Escrita por Escrever...

Sem palavras que me possam expressar nem expressar-te aventuro-me em tentativa vã, tentando simultaneamente não entrar nos lugares comuns e na lamechice , mesmo sabendo da impossibilidade de tal não acontecer ou não ser interpretado como tal.

Mas não é isso que me demove, aliás não preciso de incentivos, vou e resolvo-me escrever aqui, só para ti, na aventura de tentar representar-te e representar-nos, num esforço inglório que atinja uma imagem mesmo que turva da nossa proximidade.

Se nos comparasse com a água, límpida e transparente, teria que evocar os calmos lagos de água tépida até às revoltas cascatas e turbilhões das ondas ondulantes que estrodam em penhascos colossais mas que se derretem na persistência.

Se fosse pelo fogo em calor emanado em celsius ou fahrenheit, escalas infrutíferas para o medir, com o brilho ofuscante certamente equiparado a mais incandescente estrela, e simultaneamente suave como num resplandecente amanhecer, onde os primeiros raios de luz beijam carinhosamente as primeiras pétalas que desabrocham.

Será como o ar, os nadas e os silêncios com que comunicamos e com os quais sabemos o que cada um quer dizer ou está a pensar, mas também o rodopio ora terno de uma aragem ou o revolto de um tornado de um ciclone num desmanchar e fusão dos nossos corpos ?

Ou a terra, certamente como o espelho dos nossos reflexos, todas as curvas e relevos, assim como toda a vida que brota em ti e nasce e renasce em mim todos os dias que te vejo e desperto.

Mas nem tudo isto chega para definir o nosso amor, nem mesmo se um quinto e mesmo sexto elemento se vislumbrasse, pois é por isso mesmo que ele é e continua a ser o nosso amor, por não se definir por palavras, por se ir definindo todos os dias sim mais um pouco, como uma história que se vai lendo num livro sem letras onde as palavras só aparecem depois de as termos vivido, sentido, amado e partilhado...

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