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Os Invernos Denunciam-se pelo Cheiro da Noite

Os invernos denunciam-se pelo cheiro da noite
e pelo mergulho brusco
na clareza antisséptica do frio da manhã.
Os seus pássaros,
cansam o anúncio de tempestades,
junto aos centros comerciais,
por quererem revelar a solução do mundo num pio,
mas a rotina
já te roubou há muito
a capacidade de os ouvir.

​Na tua estante marchetada,
estão livros imaculados sem sublinhados,
que possam denunciar que alguém,
nalgum verso se enamorou,
na música de uma rima.

​E brilha claro nesse caos de ideias
que respiras a constante inquietação
do ato contínuo de viver,
atacado pela fome de sentidos
que só tu sabes esclarecer
e só por ti se agarram à língua,
acobardada de frio.

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António Carlos Simão

Nasci numa sexta-feira 13 do terceiro mês de 1993 em Coimbra. Escrevo poesia e prosa e misturo tudo com progressões harmónicas. Cresci entre a Serra da Estrela e Lisboa, surgiram duas paixões, música e palavras. Voltei a Coimbra onde estudei e passei por Timor-Leste onde renasci.
Publiquei o primeiro livro, Capa Negra de Saudade, em 2017 através da Ego Editora. Publiquei os versos_sem_rede, através do Instagram, apresentando uma proposta digital de poesia e imagem. Sou letrista e vocalista na banda Rosa Luxemburgo. Alguns do meus poemas foram publicados na revista NERVO (nº7), no site A Bacana, no blogue CANAL DE POESIA e na revista brasileira LiteraLivre (14ª edição).

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