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Bexiga, o Livro

Somos comparadores
Macacos de imitaçao
Já ouço as palmas ao fundo
A festejar um dado adquirido

Passarinhos recolectores
Fazendo o Ninho
para proteger o destino
Da eterna corrente
De mais gente com fome de morte

Peixinhos magrinhos
Abanando as caudas
À procura de algo fermentado
Que não se esqueça do que está para vir

Frango no churrasco

Afogado em plástico
Com um maremoto como plafont
Enquanto um satélite bate uma

Patas com asas
Chop sueys de estatísticas e
A cara encravada de um chip mal passado
Olhando se ao espelho
E navegando

De gatas, a fazer o pino
Já nos gravámos ao tédio
No ginásio, na sauna e no parlamento
O que não sobra é tempo
E vai dar ao mesmo

À priori, Dá pa contemplar
Uma oportunidade perdida à partida e
É conveniente
Matar-me e descobri que existe alguém
Para além de mim

Mãos juntas ao centro e batam palmas
Ter tusa é apropriação cultural
E qualquer opiniao
É copy paste
And it's like that
That's the way it is
Just like... That
That the way que foi escrito
E se não te lembras de quando nao existias porque tens medo do que desconheces?

Direito à imagem?
Falemos do direito de nos darem um numero à nascença
Admite que nada foi Sempre assim
E nada nunca será o mesmo
Porque tudo continua numa direção que nem existe
E a mente em headbanging
Faz de metrónomo enquanto
O corpo
Não passa da torre da tombo
Em vésperas de casamento

Admite
A luz ao fundo túnel é um farol
A avisar te
Para voltares para trás

Talvez seja teatro
E talvez vocês sejam a sarna
Que acumulei
Noutra viagem qualquer

Às 4as feiras é tudo um teste e
Às 5as é provavelmente uma coincidência

Engulo tulipas
escrevo poemas
E arroto de proposito

Já nos aproximámos
Do criador
Já nos comparamos à sua fotografia e
E reproduzimo-nos
Em homenagem à inefável interpretação
Da máquina de imitaçao,

Juntem as mãos ao centro
E batam palmas
Isto é tudo o que alguma vez seremos
Isto é tudo o que alguma vez seremos
Isto é tudo o que alguma vez seremos
Isto é tudo o que alguma vez seremos

Tchin tchin.

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João Meirinhos

Em colaboração com a ONG Bambini Nel Deserto, João Meirinhos, montou o Cinema du Desert, cinema-nómada-solar que percorreu os locais mais recônditos do planeta semeando árvores, filmes, soluções e esperança. A sua obra, tanto literária quanto cinematográfica, é um esforço incessante de se conhecer a si próprio, e portanto, tudo o resto.

João Meirinhos
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