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Por Baixo da Pele Arde uma Sede que Eu não Deixo de Sonhar

Por baixo da pele arde uma sede que eu não deixo de sonhar, 
O bater do pulso na mão que me agarra quem foge de mim. 

Dentro dos ossos, desponta a fraqueza da carne balançando, 
Estendendo-se os braços à parede inventada carregada de silêncio. 
 
Arde-se na sede do chão a fugir dos pés, gastando-se os ossos, 
Gastando-se os dedos na pele entre as horas que somam os dias. 
 
Contorno-te tanto que fujo às curvas das letras nos teus olhos, 
Fujo tanto de ti que a única maneira de fugir, é fugir de mim. 
 
Se não fosse a parede surgir entre as fraquezas que não vejo,  
Não eram em sonhos que se rompiam os ossos nos silêncios.

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Sara Martins

Sara tem 26 anos e é natural de Monchique.
A inspiração sempre lhe correu nas veias e o gosto pelas artes e palavras ajudou em muito a escolha da sua área de formação - artes visuais -, onde aprendeu a observar o mundo de uma forma mais atenta. Foi aí, num período de descobertas, que o seu interesse pela leitura despoletou entre Fernando Pessoa e Cesário Verde: dois grandes mestres que a levaram a ler ainda mais. A necessidade de escrever juntou-se ao gosto pela observação e pela leitura e assim nasceram os seus primeiros poemas.
Em 2015, Sara Martins trocou a serra pela cidade e mudou-se para Faro. Entre o ensino secundário e o ensino superior, decidiu tirar um tempo para si mesma e focou-se na escrita.
Atualmente, Sara é licenciada em Design de Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve e exerce a profissão. Não deixou de escrever, pelo contrário, tem vindo a desenvolver textos e poemas que agora agrupa numa só obra.
"No Avesso das Horas" é o seu primeiro livro.

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