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Entre Dois Mares que se Navegam

entre 
dois mares que se navegam 
e as terras que segregam
todos os sonhos alimentam-se
da morte na espera 
- porque este gosto acre a morte 
exaspera
Esse calafrio sem voz que te seduz
esse corpo 
da mais obscura leveza
que te conduz.
Guerreiros 
retornam a casa
entre
o brilho de um distante luar
as licantropas horas
dos filhos furtivos 
que resolvem escolher a noite.
e em cada conto 
eu te escuto
à tona de agua
enigma primaveril
não tenho sede nem lei
sou o teu filho pagão
que a loucura tece e atordoa
sem princípios
nem um fim
em cada conto 
eu te irei escutando
invocando os reencontros,
por todos os labirintos de Dédalo.
trovas cantadas,
todas as noites

aos nossos corações exilados.
lava assim de novo,
o teu olhar na penumbra
e teme 
pelo incendiário delito dos sentidos.

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Hugo Neves

Sou proveniente de Lisboa, mas vivi grande parte da sua vida entre o Algarve e o Alentejo de onde a minha familia é originária. Escrevo e leio o primeiro poema aos 15 anos no patio da escola e parti daí tornei-me o letrista oficial de algumas bandas de amigos. Primeiro a música , depois mais tarde as viagens e a redescoberta de um mundo mais marginal. Os outcasts, vivendo outrora esquecidos. E aprendendo assim lições de vida com pessoas que viveram as suas vidas fora das escolas instituições e do "politicamente correcto". Tudo isto foi sempre um pouco do que de uma forma bastante simples inspirou me a escrever até hoje.

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