Linhas Horizontais
Antes do tempo nos vir ensinar
Que o que rege o futuro está em nosso olhar
Apelava um múrmuro, ao ouvido a sussurrar
Que as longas distâncias se deviam encurtar
Como o destino que viaja num relógio que conta
Em tempo um conto que se me apronta
Paramos no tempo, nos nossos lugares
Olhamos ao longe, defronte pr'o mar
Seguimos a linha desenhada no ar
Sabendo, por certo, que nossos olhares,
Mais tarde ou mais cedo, se irão espelhar
Conforto maior, ao olhar sobre o ombro
No pulsar de uma linha com enorme logro
A crença maior de podermos encontrar
Do lado inverso o reflexo do nosso olhar
E juntam-se o mar com a terra,
As ondas e a areia na praia em guerra,
A terra dos homens de histórias vencidas,
As águas calmas num mar esquecidas.
Há um azul profundo, brando a cantar
Não será o mar calmo o melhor para navegar?
Luis Caricinha
Nasci numa sexta-feira 13 do terceiro mês de 1993 em Coimbra. Escrevo poesia e prosa e misturo tudo com progressões harmónicas. Cresci entre a Serra da Estrela e Lisboa, surgiram duas paixões, música e palavras. Voltei a Coimbra onde estudei e passei por Timor-Leste onde renasci.
Publiquei o primeiro livro, Capa Negra de Saudade, em 2017 através da Ego Editora. Publiquei os versos_sem_rede, através do Instagram, apresentando uma proposta digital de poesia e imagem. Sou letrista e vocalista na banda Rosa Luxemburgo. Alguns do meus poemas foram publicados na revista NERVO (nº7), no site A Bacana, no blogue CANAL DE POESIA e na revista brasileira LiteraLivre (14ª edição).