Ser pelo Gosto de Viver, ou pela Ânsia de Vencer?
Ser pelo gosto de viver, ou pela ânsia de Vencer?
Ser mais do que sobrevivência, do que falta de paciência. Falta de noção de consequência , ou por necessidade de se voltar à inocência?
A ilusão de inconsequência.
Gostaria de poder ter ido para a rua. Marchar desde o parque Eduardo Sétimo, até ao Terreiro do Paço. Enquanto relembro História. Terei glória? Não, mas existo, e persistir está inerente ao meu Ser. Mais ou Menos é-me banal. Melhor ou Pior de igual ordem é. Eu sou, eu sobrevivo! Na realidade apetece-me e digo, sou aborto falhado... Muitos serão também. A meu ver isto é mais uma vez Banal. Mas o momento é único, o acto de agir, falar, ajudar ou até discutir ideias pode mudar a realidade de um Ser, ação reacção.
Martírio da minha Pátria. Fadista desenhada num coração de Filigrana e coberta por um xaile, Severa, afirmou-se Mulher. Amo-a, por isso, assim, respeito quem aceita imperfeição e reconhece, Privilégio! Garantido mais vale esquecido. Valor e Respeito são cicatrizes de Batalha.
Queima-te! Há que se sentir... Para compreender como aprender. Tem que se errar e viver, assim se aprende a lutar.
Queima-te. Se queres aprender a ser mais do que sobrevivência. Avisa-me quando te deixares de te de convencer da existência, da tua muleta, de quando tiveres aprendido a correr conscientemente. Gerir as tuas mudanças, inspirares enquanto estás a dar a tua próxima passada, pensares a que horas vais comer e no quê, se ainda tens papel higiénico, detergente, desinfectante?
Isto é, se queres aprender a Viver.
Levanta-te da cadeira, esta não é a primeira nem a terceira. Cansei de estar cansada, irada, de me chamarem frustrada, enquanto me dedicava à bula, ao dinheiro. Diziam me que era isso vinha primeiro. O dever e o direito, isto respeito. Estava sempre em terceiro.
Quando ia para o recreio, parecia um cativeiro, do qual só me libertava no chuveiro.
A rotina era sempre a mesma; acorda, escola, treina, dança, aí aprendi que a vida cansa.
Método. Onde fica o meu espectro? Qual é o meu tamanho? A minha voz... Somos um todo?
Ou só partimos de um parto? Da vida não me farto. Fartei de ser fardo, mas a mim nunca mais me largo.
Amor próprio, pavor de me quererem voltar a partir, tenho medo de quem não sabe fazer sorrir. Somos um meio, que é parte de um todo.
Se só torces o nariz, com mais facilidade regenero a minha cicatriz. Observo, reconheço, retraio mas não me calo.
Cansada estou de genitália, encontro glória em ser mais do que Sou. Tudo o que começa acaba... Ciclo metódico.
A minha história não acaba aqui, só começou quando aprendi que podia escolher.
Pensar o que queria fazer acontecer. Acho que isto é Vencer... É mais do que sobreviver.
A meu ver, é Entender, Compreender, Reconhecer. Acho que só assim se faz com Propósito.
Transubstanciar, metaforicamente, ganhar um novo olhar, viver sem se desdenhar. Sem o mal entranhar e sem arrastar o que não deve pesar. Voltar a caminhar, desfrutar, degustar, sem se acabrunhar. Falar e rir desalmadamente! Amar-me, para amar e cuidar o próximo.
Haverá humanos? Há seres que arrepiam...que têm gosto em pintar o vizinho à sua imagem. Arrepia, presenciar a teu lado, ver-te a engolir um bolo sem sabor ou gosto. Isto para mim é horror, transtorna-me, trás-me dor. A falta de espaço, de ar. Aprisionamento. Artista, arrisca, o que quer, faz, afirma-se, sem deixar alguém refém. Se magoar, diz-me, por favor. Meu querido Amor.
Tudo o que começa, acaba. A vida não te estraga, mas as tuas ações sim. Mede as repercussões. Vives para o agora? Relembra-te de pensar e supor o amanhã, ou até no depois.
O costume do mártir queixoso. Pergunto-me se fui explicita, ou se devo repetir que a vida cansa. Para quem só vive para a própria pança.
Pedra latente de coração ardente. Relembra-me de sentir emoção. Afinal, somos primatas, também animais, capazes de sentir e ser e de evoluir. Ver, reconhecer e fazer acontecer um meio melhor. Afinal somos fruto de amor, sabes o que isso é? Se não o conheces espero que um dia reconheças, se assim não fôr, não desvalorizo, qualquer existência, incluindo a minha.
Dependente da minha deprimência, amo a minha existência, assimilando o que vier, tranquilamente. Sinto, às vezes minto, a quem não quer o bem. Não é por mera conveniência, mas por defesa da minha vitalidade, bem conhecida como sanidade.
Agradeço Deus, minha Mãe Terra, Abraço-te! Funcionalmente, crio para habitar em um lago menos poluído.
Não tenho o tempo a correr contra mim.
Mas tenho que correr ao ritmo do tempo.
Deixar o tempo passar, a poeira baixar. O grito sair de mim, calmamente e sem violência,
esta é sempre desnecessária. Podia-te dizer o que penso, mas com o tempo, aprendi a guardar, o melhor para mim, e só partilhar com quem sei que devo. Preço de amor para mim não existe.
Alma que vive com chama, não desiste, se não, eu já tinha ido. Reconheço o que aprendi, posso dizer que cresci. Não quero pregar, reconheço quando me devo calar.
Quero e digo, quem cala, Não Consente! Esta realidade merece ser diferente, ser mais do que só deprimente. Viver-se com medo de se ser feliz, trás-me mau agoiro.
O bem vem com o mal. O mal vem com o bem. Assim a realidade dança e balança. Escolhe ver o mal quem quer, só vê o bem quem assim escolhe. O bem também chega a destruir! O mal recolhe quem mói. Assim, o humano aprende a escolher a desenvolver a sua noção de sobrevivência, a explorar o que melhor quer conhecer, e quem quer ser, como com o próprio há-de conviver.
Não é errado dizer-se que não se sabe, é sim errado dizer o que não se sabe. Dizer asneira e fazer pior. Abrir a boca para Berrar Ignorância e Ódio, é assustador, o que o cobarde fala sobre amor. Guardar palavra só para o próprio? Suposto amigo que diz para guardar infelicidade,
Fez-me sentir como, garrafa de vinho que nunca foi nem será aberta.
Sílvia Leite
Tenho 24 anos, sou Portuguesa e Algarvia de Loulé. Cresci até aos 13 anos no Algarve, tendo a dança sido a minha atividade extracurricular de eleição. Participei várias vezes no Concurso de Artes Infantis e Juvenis de Albufeira. Aos 15 anos, em Lisboa, concluí que não queria mais dançar. Então, ingressei em artes, na Escola Artística António Arroio, onde descobri três novas formas, nas quais tenho muito gosto em me expressar, Cenografia, na A.A , o Teatro no Teatro da Garagem e a Escrita, principalmente explorada em diários gráficos. Concluí o décimo segundo ano aos 21 anos, simultaneamente já começara carreira em Restauração. Aos 22 anos descobri a Performance através da participação num curso, FOR Dance Theater, na Companhia Olga Roriz. Recentemente, já com 23 anos, retornei ao Algarve, a Portimão. Continuei a trabalhar em Restauração e frequentei aulas de Alemão, nível 1, através do IEFP. Retornei a dançar e a fazer teatro, mais profissionalmente através do Dancenema, acrescentando que faço intenção de iniciar currículo académico universitário aprofundando os meus conhecimentos em termos históricos, culturais e artísticos, ansiando ser Criadora Intérprete.