Em Dias de Confinamento
Em dias de confinamento
Um misto de sentimentos nos trespassa
Num cavalgar lento
Revirando cada momento
Como o padeiro
Que o pão amassa
Embaçados pelo Tempo
Em que a realidade converge
Tecendo emaranhados
Quezilentos de pecados
Empeçados
Neste isolamento herege
Imersos na neblina
Diretos para o interior
Para o centro da retina
Que a verdade é malina
Em cada esquina
Um dissabor
Cores deste dia-a-dia
Que pintam novos augúrios
Deleites de magia
Fé leve e esguia
Tardia
Nos seus belos dilúvios
Infortúnios nossos
Das gentes deste globo
De esforçados esforços
De muita mão nos bolsos
Despojos
Da desorientação do povo
Provando as linhas do Presente
Vindo em jeito de lição
De irmão para irmão
Para que a humanidade vigente
Saiba sabiamente
Qual a direção
Ruben Gonçalves
Natural de Cuba, manifestou sempre um grande gosto pelas artes, nomeadamente pela Música e a Escrita. Iniciou em 1998 a sua aprendizagem musical numa academia local, prosseguindo para a Banda Filarmónica 1º de Dezembro, Conservatório Regional do Baixo Alentejo, Escola Superior de Música de Lisboa e Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco. Participou como criativo em projetos musicais como: Banda Nova Geração, Pilotos do Folião, Vozes D’Alqueva, Missão Benjamin e Cãimbra. Manifestou o amor pelas palavras utilizando a escrita como ponto catártico das suas emoções, expressas nos inúmeros poemas que aguardam publicação. Enquanto Professor de Coro do Conservatório Nacional, aliou as duas artes através da composição de canções infantis, com estreia em vários espetáculos.