Não é Nada que o Tempo Possa Empurrar
Não é nada que o tempo possa empurrar
Não é nada que o mar possa levar
E por mais que escaves a terra
A impossibilidade permanece…
Espera um pouco
Deixa que te tente explicar,
É uma espécie estranha de angústia
Não é a saudade dos poemas comuns
Nem a revolta contra a efemeridade dos dias
É antes como um luto constante de mim…
Entendes?
Não é também o ranger dos ossos
Nem o ar frio a rasgar mais fundo,
Sempre um pouco mais fundo na pele…
É o só já não haver medo no fim da esperança
Entendes?
É o sorriso ter ficado difícil, pesado.
É a cada passo dado a curva possível que não dei
E é no espelho os olhos baços…
Entendes?
Entendes como seria não saberes roubar a luz de
todos os lugares que pisas?
Deixa que te explique…
Espera um pouco
Tiago Marcos
Nasceu em Cuba a nove de Março de 1987.
Em 2003 descobriu que as palavras podem tomar sentidos maiores do que ele, começando nesse ano, a sujar papel na esperança muitas vezes vã do eco. Surgem assim em 2003 os primeiros textos poéticos. Em 2008, mergulhado na cultura clássica e no paganismo panteísta, pelo desejo de descobrir valores mais fundamentais ao homem, funda juntamente com Luís Caracinha o Projecto Esfinge para o qual tem vindo a escrever letras desde então.